quarta-feira, janeiro 31, 2007

Praticando o Eudemonismo

Caros leitores, convido a todos a praticarem o Eudemonismo comigo. É de fácil aplicação e poderá ser feito na sua própria casa e disseminado para todos os seus amigos e parentes.

Antes que você começe a pensar em onde guardou aquela faca afiada e aonde irá conseguir um animal para sacrificar - ou caso já tenha aberto um e-mail em outra janela para descarregar todos os xingamentos que conhece em mim -, CALMA! Apesar do nome bem pouco convidativo para a nossa língua, o Eudemonismo refere-se a qualquer doutrina que assuma a felicidade como princípio e fundamento da vida moral.

Ufa, ainda bem!

Agora que o nosso entendimento está em uníssono, deixe-me versar um pouco mais sobre a origem desta bela prática.

Eudemonismo provém do grego Eudaimonia e significa felicidade, ou literalmente, "ter um bom espírito guardião". O Eudemonismo foi primeiro citado na Ética à Nicômaco de Aristóteles (384-322 a.C.) e significa que todas as ações corretas garantem um grande bem à todas as pessoas. Segundo Aristóteles, não apenas virtudes, dinheiro e saúde garantem a felicidade, se não adicionarmos a estas uma reflexão do que queremos e qual o nosso objetivo. O filósofo alerta na obra que a felicidade não é um fim, mas o fim em sí mesmo, o grande objetivo da vida. Felicidade, para ele, não pode ser um estado temporário, mas um estado alcançado através de uma vida de ações virtuosas.

O Eudemonismo influenciou o pensamento do filósofo Epicuro de Samos (341-270 a.C.), conhecido como o "filósofo da alegria", por difundir as virtudes como base da felicidade na sua escola, chamada "O Jardim", apesar de relacionar a felicidade com o prazer.

A seguir, encontramos o Eudemonismo como base da ética do Estoicismo, um movimento espiritual e moral bastante difundido entre os povos do Mediterrâneo e da Ásia Menor entre o sec. III a.C. até o ano 300 d.C., fundado por Zenon de Cítio (336-264 a.C.). Seus principais representantes foram Sêneca, Epicteto e o Imperador Romano Marco Aurélio.

Nosso tema irá refletir na base do Neoplatonismo, um movimento filosófico que resgata Platão mas com uma base monista-idealista. Seu principal representante, Plotino (205-270 d.C.), a introduz como fundamento basilar "o Uno", o qual mais tarde seria aproveitado para a concepção das características do Deus da Igreja Romana no Primeiro Concílio de Nicéia (325 d.C.).

Até a queda de Roma, não houve criação filosófica relevante. Por isso, o Eudemonismo só voltara a avançar na ética do Empirismo Inglês, que enfatiza a experiência na formação das idéias e a discussão das idéias inatas ao ser humano. Seu fundador, John Locke (1632-1704), afirmava que o ser humano é uma tábula rasa, onde com o passar dos anos vamos registrando nossas experiências. Demais filósofos associados ao Empirismo foram Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Stuart Mill e David Hume.

Mas a partir do humanismo, a exemplo do Epicurismo, a felicidade começa a ser ligada à noção de prazer, ou a contínuos prazeres. Citando Leibniz (1646-1716): "Creio que a felicidade é um prazer durável, o que não poderia acontecer sem o progresso contínuo a novos prazeres" e outro expoente do humanismo, Locke (1632-1704): "A felicidade é o maior prazer que somos capazes e a infelicidade o maior sofrimento; o grau ínfimo daquilo que pode ser chamado de felicidade é estar tão livre de sofrimentos e ter tanto prazer presente que não é possível contentar-se com menos".

A noção de Eudemonismo lentamente retorna à sua concepção original, aristotélica, inicialmente com David Hume (1711-1776), e, num segundo momento, tornando-se a base do movimento reformador inglês do séc. XIX, até culminar, como muitos problemas filosóficos, em Immanuel Kant (1724-1804), considerado por muitos como o último dos filósofos antigos e o primeiro filósofo modermo. Iremos abranger seus extensos trabalhos em instância única.

Kant, supreedentemente, rejeita a noção de Eudemonismo, talvez por relacioná-la aos seus colegas filósofos de movimentos recentes. Acredita que a felicidade é o ponto de vista do egoísmo moral, ou seja, da doutrina "de quem restringe todos os fins a si mesmo e nada vê de útil fora do que lhe interessa", conforme escrito em sua Antropologia.

Mas o significado moderno de Eudemonismo está liberto destas amarras contemporâneas, pois sabemos que um conceito como de Kant é demasiado restrito na atualidade. Com o resgate da filosofia aristotélica, a felicidade tem significado social, não coincidindo com o egoísmo ou o egocentrismo.

Fontes: Livros Plotino, Epicuro e O Estoicismo Romano, de Reinholdo Aloysio Ullmann e Diccionário de Filosofía Herder.

domingo, janeiro 28, 2007

"O que é a quarta dimensão?"*


Edwin Abbot Abbot (1838-1926), professor e teólogo, escreveu uma sátira matemática muito interessante, chamada Planilândia (Flatland, 1884). Neste romance, Abbot descreve uma comunidade num mundo em duas dimensões. Há, como pano de fundo, uma crítica à hierarquia da sociedade vitoriana. Mas este não é o nosso interesse, apenas este estranho mundo povoado por seres com apenas comprimento e distância.

Imaginemos nós sendo como este seres. Só conhecemos quatro direções: para frente e para trás, esquerda e direita. Precisamos desviar dos nossos amigos para não nos chocarmos contra eles. Agora imaginemos que recebemos um visitante extradimensional, digamos, um limão.



O limão paira sobre a planilândia, mas ninguém o vê. Inicialmente fica confuso. "Estariam eles me ignorando?" Então decide entrar em contato com estes seres simpáticos, cumprimentando-os: "olá quadrados e triângulos! Sou um limão. Tudo bem?" Os habitantes da planilândia apavoram-se imediatamente: "de onde vem esta voz? De dentro de mim? Você ouviu também ou estou louco?", todos comentam entre si. O limão fica muito brabo com a reação dos habitantes, em simplesmente ignorá-lo, e decide invadir a planilândia, pousando na superfície.

Meditemos por um instante: como você acha que as criaturas da planilândia irão ver o limão?

Ao que responderam: "ora, Gilberto, é claro que os planilandienses verão apenas o ponto de contato do limão com o solo", parabéns. Isso porque uma criatura da terceira dimensão só pode existir parcialmente na segunda dimensão. Coitados dos pobres quadrados, que irão começar a duvidar do seu estado mental, pois um ponto apareceu do nada na sua sociedade, sem ter vindo das direções que eles estão habituados a percorrer. Se o limão aprofundar-se na sua experiência na planilândia, apenas irá aumentar de tamanho.

Vamos a um outro exemplo antes de nos aprofundarmos na questão principal. Platão (428-347 a.C.), discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles, escreveu o diálogo A República (360 a.C.), entre diversos outros. No capítulo VII há uma interessante passagem conhecida entre os filósofos e interessados por esta obra como a Alegoria da Caverna. Neste, Platão descreve a seguite situação: imaginemo-nos presos numa caverna desde o nascimento, sem poder olhar para nenhum outro lado senão para frente. À nossa frente, há uma grande parede em que se refletem as sombras dos que por trás de nós passam. Como nada mais conhecemos, iríamos começar a dar nomes às sombras e estudar seu comportamento. Agora imagine que um dos pobres cativos da caverna liberta-se. Ele, imediatamente, iria conhecer a sua situação, com consternação. Iria voltar-se para trás, descobrindo a origem da luz, caminhando na sua direção. Nosso amigo cativo iria descobrir, então, as maravilhas do mundo. Iria ver o sol, as montanhas, os rios e os animais. Após extasiar-se com tudo o que a natureza lhe oferece, iria, inevitavelmente, lembrar-se de seus amigos da caverna. Imediatamente retornaria à caverna para relatar-lhes as suas descobertas. Mas, na alegoria criada por Platão, o nosso protagonista não encontraria palavras para descrever o que viu para seus amigos.

Tal como, voltando ao primeiro exemplo, um habitante da planilândia não poderia explicar para seus contemporâneos caso recebesse uma ajuda do limão para visualizar as belezas da terceira dimensão.
Eis o ploblema que se colocou Charles Howard Hinton (1853-1907) ao escrever seu artigo "O que é a quarta dimensão?". Nenhuma criatura tridimensional poderia existir na quarta dimensão, apenas parcialmente. E não teríamos como narrar essa experiência se porventura viesse a ocorrer conosco. Desta forma, Hinton criou uma série de representações geométricas do que seriam estes estranhos habitantes desta dimensão superior à nossa. Uma destas foi o Tesseract, também conhecido como hipercubo, que se assemelha a dois cubos alinhados:


Lembro-lhes, novamente, que não é possível projetar uma figura quadridimensional - mas é perfeitamente possível deduzir a sua existência - na terceira dimensão, assim como temos a perda na representação em três dimensões de um objeto em duas dimensões.

A questão da quarta dimensão é fundamental para a compreensão do universo. A partir do efeito Doppler - das ondas sonoras - e das questões levanvantadas por Hinton, Edwin Powell Hubble (1889-1953) descobriu que o universo é curvo, em quatro dimensões. Quando observamos as estrelas, podemos imaginar que elas estão "indo" ou "vindo", mas este conceito não se aplica a estes objetos quadrimensionais que distorcem o espaço-tempo com suas massas e energias, digamos, astronômicas! Infelizmente, mesmo depois de dois séculos da descoberta do Tesseract, pouco evoluímos na compreensão da curvatura do espaço-tempo e muito - talvez até demais - no conforto tecnológico.

* Pergunta feita por James Hinton a William Whitney Gull na novela gráfica "Do Inferno", de Alan Moore e Eddie Campbell.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Design Inteligente: Fé x Ciência

Como aprendemos na escola, segundo Darwin (1809-1882), toda a vida na Terra derivou de um organismo simples, desenvolvendo-se como uma árvore, a árvore da vida. Mas nem tudo foram flores para a teoria evolucionista. E uma nova batalha está começando.

Com a publicação da Origem das Espécies em 1859, foi colocada a primeira dúvida do papel de Deus na criação do mundo como consta no Livro do Gênesis. Iniciou-se uma guerra contra esta teoria. Inclusive o primeiro professor a lecionar o evolucionismo nos EUA foi preso e multado. Mantinha-se o ensinamento que a existência de cada um deve-se a um milagre divino. No entanto, tratava-se de uma evidência científica e não um mero ataque à religião.

Passaram-se 60 anos até o evolucionismo aparecer nos livros escolares. Mas em 2004 descobrimos que esta ferida ainda não estava cicatrizada, com o início de um novo conflito, envolvendo novamente, Igreja e ciência.

Phillip Johnson, jurista e professor americano, acreditava que a teoria de Darwin era insuficiente para explicar algo tão complexo, sendo apenas o primeiro passo em busca da explicação definitiva da diversidade da vida. Johnson defende que não podemos fazer experimentos com o evolucionismo - e nem mesmo o criacionismo - concluindo que não se trata de verdadeira ciência, pois lhe falta o mais importante: o objeto para aplicação do método científico. Acreditava estar sozinho na sua visão da reformulação da teoria da evolução. Surpreendentemente, descobriu que não.

Na teoria darwiniana, os organismos complexos evoluiram dos simples, através da competição, a lei do mais forte. No entanto, há evidências na natureza que contradizem esta teoria. O Dr. Stephen Heyer e o Prof. Michael Behe analizaram o flagelo, um micróbio microscópico, e verificaram que esta criatura possui um mecanismo complexo, com mais de 50 partes interativas, diferindo-se de qualquer outro de sua espécie e do seu meio. Se uma destas partes não existisse, o conjunto não funcionaria. Descobriram que há uma grande dificuldade em desvendar, passo a passo, a evolução do flagelo para este mecanismo atual tão complexo. Então, concluíram que este flagelo não evoluiu, mas foi surgiu assim, por uma inteligência, criando a primeira parte da nova teoria: a Complexidade Irredutível, que verifica que as partes componentes dos seres são tão complexas que não surgiram simplesmente da evolução.

Em adição a estes pesquisadores, o matemático Prof. William Dembski, que também discordava da teoria evolucionista, calculou a possibilidade das chances do nosso DNA assumir a forma atual. Descobriu que este cálculo é matematicamente impossível, assim como a evolução. Para ele, algo mais deu forma à vida. Uma inteligência.

Existe, segundo estes cientistas, a evidência de um poder sobrenatural criador, mas baseado em ciência, não em religião. Assim nasceu a teoria do Design Inteligente. Hoje, em Seatttle, há um centro, o Discovery Institute , com mais de 4.700 ciencistas que possuem evidências que suportam a nova teoria. Já há, nos EUA, um planejamento estruturado para a divulgação global do Design Inteligente, adaptação cultural e ensino escolar. Segundo os autores, em cinco anos a teoria alcançaria a maturidade global.

No entanto, o Design Inteligente é rechaçado pela comunidade científica. Como uma teoria colocaria um fim último numa inteligência? Desta forma, também não se faz ciência.

Um comentário pertinente: cabe aqui lembrar o "motor não movido" do livro XII da Metafísica de Aristóteles, que afirma que todas as coisas possuem algo que as move, as impulsiona. E, se regredirmos nas origens deste movimento, chegaríamos ao movente supremo: Deus. Só que este Deus não poderia se mover juntamente com todas as coisas, por este motivo é conhecido como o "movente não movido".

Apenas no papado de João Paulo II que a Igreja tomou uma posição determinante a respeito da controvérsia entre o evolucionismo e o criacionismo. O Papa declarou que se tratam de idéias distintas, uma pertencente à ciência e a outra à fé. Parecia que o cessar fogo estava instituído.

Todo conflito continuaria nas fronteiras da ciência se, em 07 de Julho de 2005, o Arquibispo de Viena, Christoph Schöborn, considerado de grande influência no Vaticano, teve publicado um artigo de sua autoria no New York Times, apoiando a teoria do Design Inteligente. Há uma tendência de a Igreja simpatizar com esta teoria, devido aos autores não saberem definir quem é o responsável pelo Design Inteligente das criaturas do planeta.

Estaremos vivenciando uma nova revolução científica? Acredito que a ciência deve descer do seu trono e buscar, através das evidências que lhe são próprias, validar ou desacreditar esta teoria. Afinal, o que deve ser ensinado nas para as nossas crianças?

Viagens no tempo e no espaço

Meditemos por um instante com a pergunta: o que é o tempo?

Já tem a sua resposta? Não? Não se preocupe com isso. As maiores mentes do planeta não conseguiram defini-lo. Santo Agostinho declarou saber o que o tempo é, mas quando inquirido não conseguia explicar. Einstein disse que o tempo é o que nos mostra o relógio. Carl Sagan resume este conflito: "O tempo resiste a uma simples definição".

Esse é só o início da obscura jornada em retirar da ficção científica uma máquina do tempo real, já que nem do próprio tempo temos uma definição simples. As primeiras teorias sobre viagens temporais anunciavam a sua possibilidade através dos buracos negros, fantásticos objetos do universo, que sugam tudo o que pelo seu horizonte de eventos ousa navegar. Ao estudarmos suas características e composição, rapidamente foi descartada essa opção, pois além de distorcer a matéria, não há comprovação alguma de algo que tenha sido absorvido por um buraco negro e possa sair incólume do outro "lado".

Teorizado por Einstein, o buraco de minhoca parece ser o único meio de atravessarmos grandes distâncias, mesmo que temporais. Os buracos de minhoca consistem num portal de acesso onde entraríamos por um lado e sairíamos pelo outro, não importando a distância entre a entrada e a saída. Sua existência é real. Os que são criados em laboratório, hoje duram apenas alguns milésimos de segundo e são menores que átomos, sendo impossível até mesmo introduzir qualquer coisa através deles, pois ao desaparecer, toda matéria nele contida é destruída.

O nosso maior problema é mantê-los abertos, pois é necessária uma quantidade tremenda de matéria para tanto. Segundo o prof. Matt Visser, da Universidade de Washington, para manter um buraco de minhoca de um metro - o mínimo para um ser humano passar - por alguns minutos, seria necessário converter toda a massa de Júpiter em energia! (aos leigos: Júpiter tem 11 vezes o tamanho da Terra e, em volume, é 1.300 vezes superior)

Como se não bastasse esta pedra no sapato que - pessoalmente espero que não - irá queimar os neurônios dos físicos por muitas gerações, temos alguns outros tão complicados quanto sintetizar esta energia colossal. Um deles é que, mesmo que os buracos de minhoca sejam operacionais, haverá uma física completamente única para estes objetos. Teremos que lidar com questões como se, ao entrar num buraco de minhoca, sairemos instantaneamente do outro lado, instantes antes ou instantes depois? A física atual valida todas essas opções.

Temos também o chamado "paradoxo do avô" da física. E se, suponhamos, conseguirmos voltar no tempo e deliberadamente - ou mesmo acidentalmente - matarmos nosso avô? Deixaremos de existir instantaneamente? Seríamos substituídos por outra pessoa? Ou nada aconteceria? Ou pior: e se alguém voltasse no tempo e alterasse a história, por exemplo, alertando Hitler sobre as estratégias dos aliados? Quem conhece a humanidade sabe que alguém seria capaz de fazê-lo.

O tempo é uma realidade única ou uma coleção de realidades alternativas? O que aconteceu pode ser mudado? E a pergunta mais intrigante, provocada por Stephen Hawking: se a viagem no tempo hoje é teoricamente possível, porque ainda não recebemos os visitantes do futuro?

Relaxemos, pois há mentes fantásticas pensando seriamente sobre o tema. Uma delas, certamente, é o Dr. David Deutsch, da Universade de Oxford, que possui experiências que comprovam a existência de universos paralelos ou multiversos, utilizando-se da física quântica. Outro contribuinte para que as nossas gerações futuras possam desfrutar desta magnífica invenção é o Prof. Gunter Nitmz, da Universidade de Colônia, que já foi capaz de transmitir sinais no espaço mais rápido que a velocidade da luz. De antemão, através da teoria da relatividade, sabemos que nenhum objeto pode viajar mais rápido que a velocidade da luz sem retroceder no tempo. Abordaremos a teoria da relatividade em posts futuros.

Esse tema só irá evoluir quando, segundo Stephen Hawking, descobrirmos o Santo Graal da física: uma teoria que unifique a física clássica e a quântica, explicando o funcionamento de todo universo.

Já demos o primeiro passo para que as viagens no tempo se tornem realidade. Mas, na minha opinião, acredito que se conseguirmos descobrir seus segredos, a aplicação mais coerente dos buracos de minhoca seja para singrar distâncias hoje impossíveis, como alcançar as galáxias longínquas.

Fontes de inspiração: "Contato" de Carl Sagan, "Uma nova história do tempo" de Stephen Hawking, "Fabric of Reality" de David Deutsch, "The Time Lords", documentário da BBC Horizon.

Cogito, Ergo Sum


Já ouvimos em diversos lugares a famosa frase "penso, logo existo", mas será que sabemos o que realmente ela quer dizer?
Esta célebre sentença foi criada pelo francês René Descartes (1595-1650), considerado como o primeiro filósofo moderno, dada a ousadia do seu trabalho. Foi o fundador do método cartesiano, anti-dogmático, onde ele se colocou em uma posição onde não poderia aceitar nenhuma verdade da qual não pudesse ter uma garantia.
Descartes, em busca da verdade, duvidou de tudo, metodicamente. Até que descobriu que não conseguia duvidar que duvidava, do ato de pensar que duvidava; portanto pensava e, se pensava, existia: penso, logo existo! O filósofo verificou também que o pensamento, quer verdadeiro ou falso, é sempre pensamento e a dúvida é posterior, pois não há dúvida que preceda o pensamento. Desta forma, Descartes fundou a verdade na evidência, que lhe era revelada ao pensar. A partir deste posicionamento, encontrou diversas descobertas filosóficas e matemáticas.
Quem duvida da verdade já tem em sí uma certeza.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Um intruso entre os Jovianos


Nosso sistema recebeu um visitante inesperado pelos terrestres: a chegada do cometa McNaught. Foi descoberto 7 de agosto de 2006 pelo astrônomo britânico Robert H. McNaught, integrante da Escola de Pesquisa de Astronomia e Astrofísica da Universidade Federal da Austrália. A visão acurada já lhe permitiu a descoberta de 379 asteróides desde 1988.

Em Janeiro de 2007, o visitante já é visível no hemisfério sul. McNaught se tornou o objeto mais brilhante que presenciamos em 40 anos, desde o cometa Ikeya-Seki, também visível no pólo sul.

Ikeya-Seki em 1965

Tomara que o tempo melhore aqui na capital dos pampas.

quarta-feira, janeiro 17, 2007

O isolamento dos leviatãs


As baleias são os seres vivos que mais se desenvolveram no planeta, muito mais que os dinossauros. E também têm, no seu currículo, o destaque de serem os habitantes mais antigos da Terra. Seu ancestrais datam de 70 milhões de anos; eram carnívoros que migraram de volta aos oceanos.
Compartilhamos diversas características com estes sábios do oceano. Ambos somos mamíferos. Valorizamos a família. Possuímos uma longa infância, onde os adultos ensinam os jovens através de brincadeiras, uma característica dominante nos seres inteligentes. Porém, diferimos na comunicação. Enquanto falamos e escrevemos, elas cantam.
Na escuridão do oceano, visão e olfato têm pouca aplicabilidade, diferente de nós. Assim, as baleias desenvolveram a extraordinária capacidade de se comunicar através de complexos cantos. Cada composição dura aproximadamente 15 minutos e pode se prolongar até 30 minutos. Ainda não conhecemos a exatidão da mensagem transmitida, mas sabemos que os sons estão modulados em 20Hz, freqüência não captada pelo ouvido humano. Bem, elas caçam, nadam, pescam, investigam, fogem dos pescadores e acasalam-se. Só isso já lhes dá bastante assunto para cantar!

O biólogo Roger Payne descobriu que, através desta frequência baixa e a forma como as emissões são projetadas, uma baleia poderia estar na Antártica e se comunicar com outra no Alasca. No decorrer da sua existência, as baleias formaram uma rede de comunicação global, ultrapassando os 10.000Km de distância.

Eis que, no século XIX, começamos a substituir nossos veleiros por barcos a vapor, aumentando drasticamente a poluição sonora no oceano, principalmente na freqüência dos 20Hz. Com a revolução tecnológica, navios comerciais e militares tornaram-se abundantes e reduzimos toda comunicação centenária das baleias ao silêncio.

Não só isso. Desde que foram descobertas, as baleias foram tomadas por criaturas monstruosas e chacinas gratuitas foram promovidas pelas massas ignorantes. Muitas nações já se conscientizaram do abalo ao equilíbrio dos oceanos com a matança sistemática das baleias, mas o comércio continua, utilizando-as como matéria-prima para confecção de batons e comida para cachorro.

Não existiram seres humanos em 99,99% na história destes leviatãs.

Por que buscamos seres inteligentes nas estrelas se nem as criaturas vivas mais antigas do planeta não respeitamos, procuramos compreender e até nos comunicar?

Reflexões influenciadas pela série Cosmos, capítulo 11: A persistência da memória.

Cinema europeu


Com uma interessante mescla de atores reais com digitais e cenários virtuais, Immortal (França, 2004. Direção de Enki Bilal) é uma opção interessante para fâs de ficção-científica e novelas gráficas.
O cenário é na Nova Iorque de 2095, onde a população presencia a chegada de uma gigantesca pirâmide sobre os céus da cidade. Além disso, a eugenia é amplamente aplicada. São raros os humanos que não sofreram cirurgias. Quando a mudança promovida pela nossa raça atinge níveis críticos, está formado o pano de fundo desta película.
O autor, Enki Bilal, é um famoso escritor de quadrinhos na França.
Sou leigo no assunto, mas acredito que esta deva ser uma das poucas adaptações cinematográficas da ficção européia.

terça-feira, janeiro 16, 2007

Fade to Black

A voz de James nunca mais será a mesma.
Some kind of monster stole it.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Pré-temporada

É um saco, né? É como aquele primeiro post do seu blog novo, sabe? Aquele que você está com dificuldades para escrever. Não por falta de criatividade, mas por dificuldade de escolher em que florestas nos aventuraremos nos comentários iniciais.

..

Já decidi. Como tudo o que existe foi originado do caos, que este blog tenha em sua pauta um caos de informações!

FIAT LUX.