terça-feira, fevereiro 27, 2007

Somos regra ou exceção?

Alimentados pela indústria do cinema, cada vez mais convincentes em expor as realidades fictícias na telona, e pela beleza de um céu estrelado, certamente já devemos nos ter flagrado divagando sobre a existência de vida inteligente além dos limites do nosso planeta. No entanto, responder à pergunta “estamos sozinhos no universo?” se torna mais importante do que superficialmente pensamos. A resposta é a chave para a compreensão do nosso papel na existência no cosmos.
Mas por onde começar, já que Edwin Hubble descobriu que o universo, além de praticamente infinito, está em plena expansão, dificultando – e muito – o nosso trabalho? Como ainda engatinhamos em exploração espacial, o melhor é começarmos pelo nosso vizinho, distante a apenas seis milhões de quilômetros da nossa casa: Marte.
A idéia de vida em Marte foi popularizada primeiramente por um astrônomo americano chamado Percival Lowell em 1895. Ele afirmava que poderia ver sinais de civilização em Marte; complexos canais ligando as cidades marcianas. Tal afirmação iniciou a obsessão global por alienígenas. Mas em julho de 1965, as especulações sobre as hipotéticas civilizações marcianas foram resolvidas. A sonda Mariner IV foi a primeira a sobrevoar e fotografar Marte. Foi a primeira vez que observamos imagens da superfície de um mundo alienígena. Para decepção de muitos, não havia nenhum canal, nenhuma cidade. Nenhum homenzinho verde.
Possuindo todos os ingredientes básicos para a vida - carbono, oxigênio, nitrogênio e luz solar – foi constatado que a vida poderia se formar em Marte. No entanto, descobrimos que este inóspito planeta possui uma variação de temperatura entre –140º e 20ºC. Há alguma criatura que poderia se desenvolver em condições tão excêntricas? Sim, os micróbios.
Durante a maior parte da história da Terra, toda a vida se resumiu a micróbios. Eles são incrivelmente durões. Podem viver em todos os extremos, tanto em temperaturas polares como podemos encontrá-los até mesmo em ácidos. Eles definem os limites e as potencialidades da vida.
Encontrar micróbios em Marte pode ser um problema. A superfície do planeta possui mais de seis milhões e meio de quilômetros e pode haver 10 milhões de micróbios apenas na ponta do seu dedo. Para dificultar, um passeio pelas suas dunas está categoricamente desconsiderado: nossos fluídos internos iriam ferver em alguns segundos, porque a pressão em Marte é menor que o ponto de fervura da água e que a temperatura corporal. Sufocaríamos e secaríamos em menos de três minutos. Afinal, por onde procurar?
A busca da vida é a busca por água. É a constituição básica de todas as formas conhecidas. É o que permite a formação e a manutenção da vida. Mas há água em Marte? Finalmente respondemos positivamente a uma pergunta. Há explícitos pólos com grande acúmulo de gelo, até mesmo visíveis com lunetas encontradas no mercado. No entanto, mais uma vez encontramos nossas limitações. As temperaturas nos pólos marcianos atingem -150°C, mais da metade do caminho para se atingir o zero absoluto (-273ºC), onde nenhum corpo pode se mover. Precisaríamos encontrar água em regiões mais temperadas, em forma líquida. Praticamente impossível num planeta friamente desértico.
Porém, em 1976, um achado da sonda Viking mudou tudo. Descobrimos vales secos, locais onde havia grandes acúmulos de água como lagos e até mesmo oceanos. Marte já possuiu as condições perfeitas para a vida. Houve chuvas, nuvens e atmosfera, como a Terra é hoje. Em 1998, com a sonda Mars Survey, tivemos a certeza a partir de fotos em alta resolução. Mas foi em 2001 que obtivemos a resposta definitiva: a sonda Odyssey encontrou água em estado líquido em grandes proporções sob o solo marciano.
Cientistas da NASA descobriram micróbios de milhares de anos, armazenados incólumes pelo frio polar após escavações na Antártida. Tornou-se apenas uma questão de irmos até lá e cavarmos. Atualmente a NASA está desenvolvendo os equipamentos que serão utilizados em futuras missões tripuladas.
Toda a vida na terra tem a mesma química e o mesmo código genético. O mesmo hardware e o mesmo software. Se a vida em Marte iniciou-se independente da nossa, usariam eles o mesmo código e a mesma química que nós? Na Terra, tudo é baseado em proteínas e DNA, mas em Marte, tudo pode ser diferente; uma forma alienígena de se fazer genética.
O DNA é um arranjo tão complexo de moléculas que é possível que a mesma combinação não se repita em outro planeta. Igualmente poderíamos encontrar DNA em Marte, descobrindo ser este o único caminho para a vida. No entanto, acredito que se a vida começou separadamente em ambos planetas, a estrutura genética para ambas formas de vida devem ser diferentes. Se descobrirmos a menor forma de vida em Marte, saberíamos que a vida é possível em outros planetas. A evolução é uma conseqüência da nossa localização privilegiada no sistema solar, mas poderia a vida existir em outro lugar, em outras condições? A que rumo esta revolução copernicana levará a humanidade caso façamos contato?

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

É tão ruim, sim!

Gostaria de pedir desculpas a todos os meus leitores.
Tenho uma tendência ao ceticismo; fruto do comportamento eternamente mediador.
Deixei uma inveja latente dos meios de comunicação guiar meus pensamentos. Quisera eu atingir tantas pessoas ao mesmo tempo.
Estava completamente enganado no post "Não é tão ruim quanto fazem parecer." Na verdade é. Estamos há 50 anos do colapso global. Caso não tomemos uma atitude iminente, o planeta não será um bom lugar para nossa próxima geração.
Eis o doumentário que mudou a minha opinião: Uma verdade inconveniente. Caso sejam céticos como eu era, assistam. Caso não sejam, assistam para compreender melhor a crise iminente e qual o seu papel nela.
Manterei o post controverso, adicionado a uma nota, como exemplo para mim e para todos que acham que a imutabilidade é sinônimo de inércia. Só as nossas certezas podem estar erradas, uma vez que a dúvida não é um ponto de vista a ser defendido.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

O passado e o futuro de Friederich

Este não é o presente de Friederich, é um resumo do seu breve passado.

Aprendeu com Heinrich Himmler a ser impiedoso, mas não conseguia convencer o reflexo no espelho que era: demonstrava frieza com o outro, mas a culpa corroia-o. Resultado das inúmeras vezes que disparou a sua pistola entre os olhos dos judeus, torturou inocentes e separou as famílias de sua própria pátria, agora travestida com a insígnia vermelha e preta que ele encontrara no teto do mundo. Foi o próprio Himmler que o enviou à Índia e ao Tibete para encontrar os ancestrais da raça ariana. Em Varanasi, ganhou uma bola de haxixe de um mercador de escravos. Ingeriu-a nos arredores de Lhasa enquanto o sol se punha. Até então, Friederich não soube explicar o que aconteceu em seguida. Atribuiu ao ar rarefeito, mas o antropólogo que lhe acompanhava na missão explicava com a emoção o que ele queria ocultar com a razão: "Cada um que você destrói, mata-lhe. Não se surpreenda, pois trouxe à tona os seus demônios internos." Durante os efeitos da droga, vivenciou momentos intermináveis de agonia. Lutava contra a serpente de Shiva, que observava pelo olho de uma das suas quatro palmas a agonia de Friederich. O réptil mordia-o nos olhos e na boca. Jogava-o de um lado para outro como se fosse um brinquedo em mãos descuidadas. Arrancava pedaços. Em certo momento, indelével na sua mente – e fonte de sobressaltos durante muitas madrugadas -, Shiva o imobilizou, e a sua serpente invadiu as entranhas de Friederich pela boca. Perdeu a consciência. Acordou seis dias depois no trem para Nova Déli, com oito quilos a menos.

Esse ainda não é o presente de Friederich, mas o seu passado recente.

Neste, fora encurralado pelos russos ao fugir de um bunker em Berlim. Sacou a mesma pistola que tirou tantas vidas para executar o mesmo movimento para subtrair a sua. O perturbado oficial da SS acertou o tiro de raspão na sua cabeça e entrou em coma.

Este é o presente de Friederich.

Ele rasga a bainha de sua calça para cobrir o pedaço da sua perna que fora arrancado pela cobra de Shiva. “Consegui fugir dela ou deixaram que eu escapasse?” não era a pergunta prioritária em sua mente. “Como saio daqui?” é o questionamento que se faz todos os dias, nos mais de seis meses que conseguiu contar, desde que voltou ao lugar dos seus pesadelos. Tem consciência que está em coma, mas não concebe um modo de despertar. No entanto, sabe que não merecia estar em qualquer outro lugar.

Esse será o futuro de Friederich.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

A simplicidade como ferramenta da intuição.

O conhecimento inicial do cosmos foi concebido com apenas com dois gravetos, uma lente de aumento, uma maçã e um espelho. E muito raciocínio! Acompanhem:

Os gravetos de Eratóstenes
Eratóstenes (276 – 194 a.C.), instigado pelos conhecimentos armazenados na Biblioteca de Alexandria, descobriu em um papiro que o Sol, ao atingir o meio-dia do solstício de verão (21 de junho no trópico de Câncer), iluminava completamente um poço na cidade de Siena, no sul do Egito. Matemático, astrônomo e geógrafo, sabia que na sua cidade, no mesmo dia e horário, uma sombra projetava-se das colunas na sua biblioteca. Instigado pela curiosidade característica da humanidade, promoveu uma das primeiras experiências científicas: enviou um emissário de confiança para observar o poço naquela data enquanto ele media a sombra que se projetava das colunas. Visto que estas projetavam-se diferentemente em horários iguais, após possuir ambos dados, enviou escravos para calcular a distância de Siena até Alexandria, estimada em 925Km. Desta forma, calculou que o perímetro da Terra seria de 46.331 Km, apenas 185 Km menor que as dimensões reais.

A lente de aumento de Galileu
Ptolomeu, um século após a morte de Cristo, criou o sistema que prevaleceu por 1.500 anos, onde a Terra era o centro do universo. Tal observação foi tomada com júbilo pela Igreja, numa época em que as sagradas escrituras eram tomadas ao pé da letra. Copérnico, estudando e catalogando os movimentos dos objetos celestes, fez uma das mudanças mais importantes da história no sistema de Ptolomeu: colocou o Sol no centro do universo. A teoria heliocêntrica do sistema solar foi imediatamente rejeitada pela Igreja.
Galileu Galilei (1564 – 1642), cientista italiano, ousou publicar a teoria de Copérnico. Foi condenado pelo tribunal da inquisição a passar o resto de sua vida em prisão domiciliar, além de forçadamente obrigado a admitir que o geocentrismo era mais eficiente em explicar o cosmos.
Mas como apenas o corpo pode ser preso, a mente de Galileu continuou seu trabalho. Após descobrir uma invenção proveniente da Holanda, vendida como curiosidade nas ruas italianas: vidros que aumentavam em vinte vezes qualquer coisa que através deles fosse observado (tais lentes também foram o meio para a descoberta do mundo microbiológico). Galileu montou o primeiro telescópio e observou Mercúrio, Vênus, Marte e Júpiter. No entanto, o que mais lhe chamou a atenção foi a descoberta das luas de Júpiter: Como aqueles objetos se moviam ao redor de Júpiter e não da Terra? O heliocentrismo estava explícito.
Em 1992, 350 anos após a sua morte, foi absolvido pela Igreja Católica (!).

A maçã e o espelho de Newton.
Jovem prodígio, Newton descobriu o que nenhum dos sábios já citados conseguiram explicar, e que possa ter passado na cabeça de muitas crianças ao observarem um modelo do globo terrestre: Como as pessoas não caem da Terra? O que as mantém no chão? A lenda prega que uma maçã foi o catalisador para Isaac Newton (1642 – 1727) conceber a lei da gravidade universal.
Outra descoberta fundamental de Newton foi a adição de um espelho em 45º à luneta de Galileu, criando uma ferramenta 450 vezes mais poderosa, o telescópio.

A Navalha de Ockham
Quatro objetos simples, que sempre estiveram ao nosso alcance, favoreceram o início da exploração do homem ao cosmos. Este exemplo mostra que a intuição é o ponto de partida para o conhecimento do universo, muito bem resumida pelo princípio do filósofo medieval William de Ockham, conhecido como a “Navalha de Ockham”: "as entidades não devem ser multiplicadas além do necessário; a natureza é por si econômica e não se multiplica em vão", ou, adaptada à realidade atual: "se há várias explicações igualmente válidas para um fato, então devemos escolher a mais simples".

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Olha só!

A matéria "O isolamento dos leviatãs" foi publicada na edição deste fim de semana no Correio de Gravataí, página quatro, e no site inaugaural do Centro Cultural Porto Belo, na seção de Ciências, dentro do Espaço Cult. Estou multimídia! ;)

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

O ano 2440: Um sonho, se é que alguma vez já houve algum.

Mais uma vez chafurdando nos interessantíssimos registros históricos da nossa raça, encontro a primeira ficção científica já escrita: L’an 2440. Rêve s’il em fut jamais (1771) do francês Louis Sébastien Mercier (1740-1814), com tradução no título deste post. Publicado primeiramente em Amsterdam, com receio de represálias, a exemplo da Enyclopédie do compatriota Denis Diderot (1713-1784), queimada em praça pública, garante sucessivas reedições neste país incentivador da cultura e ciência.

No livro, o personagem principal, ao qual não lhe é atribuído um nome, após debater sobre as injustiças de Paris, adormece e se encontra na Paris do futuro. Vejamos como Mercier monta sua ficção utópica.

Curiosamente, a imprensa, intitulada As Gazetas, foram o estopim da união mundial, dando aos cidadãos uma consciência global dos acontecimentos. Na Gazeta, as folhas de papel são duas vezes mais longas que os jornais britânicos. Graças a esta invenção*, “a comunicação se estabeleceu e cada vez mais as ciências voaram de um país a outro, como as letras de câmbio”. Todas as notícias que o personagem principal lê são as que gostaríamos de correr os olhos: o desaparecimento dos sinais de humilhação, opressão e anarquia, extinção dos exércitos mundiais, escravidão, impostos e tabaco. Não há mais clérigos: as religiões foram extintas por consenso, pois segundo o autor, mais separam as pessoas em grupos distintos que as unem. A guerra é vista no mundo “como uma extravagância imbecil e bárbara”. E não é? Bem, algumas nações ainda acham que não. Não vou citar nomes; não quero agentes do serviço secreto à minha porta!

Mercier faz uma volta ao mundo sem sair de sua Paris. Mostra a situação atual de todos países, que são “o espetáculo de um povo de irmãos”. Curiosa é a situação da nossa terra, onde tudo que se planta dá, o México é o maior pais da América setentrional, tendo reerguido o império Asteca e expulsado os conquistadores espanhóis. Há um imperador para o México, Canadá, Antilhas, Jamaica e Santo Domingo e um para a América meridional: o Peru, Paraguai (onde os jesuítas também foram expulsos), o Chile, o país das Amazônias e a terra magalhânica. O Japão, de capital Jedo, traduziu e aplica o tratado jurídico de Montesquieu. Em Pequim, a língua francesa é comum e o “cajado não reina mais na China”. Londres é “três vezes maior” e foi fundida à Irlanda e a Escócia. Na Espanha, foi reconhecido de as atrocidades dos canibais antropófagos, os índios da América – sim, nós mesmos! – não se compara às crueldades da Inquisição. Esta nação se voltou às artes e às ciências. Na curiosa Paris do futuro de Mercier, não houve evolução econômica: o país voltou-se para a base agrícola e ignora a revolução industrial. Em 2440 ainda há um rei na França.

Há longos comentários sobre a tecnologia futura, onde “nós, pequenos, fracos e mesquinhos, em todos nossos monumentos públicos empregamos nossa indústria, nossos instrumentos e nossos raros conhecimentos apenas para ornar coisas de pura vaidade e para edificar magníficas bobagens. Quase todas as nossas obras primas são joguetes de crianças”. Há redes de estradas e hidrovias que ligam o oriente ao ociente e exemplares vias de comunicação. Estão presentes as idéias lamarkianas e evolucionistas de hibridação para a melhora da raça humana. Os mais notáveis são os “motores voadores com mola aperfeiçoados”.

Mas como toda ficção não pode ser dissociada do presente do autor, há trechos polêmicos, com relação às mulheres, onde ele dedica um capítulo inteiro a este tema, duas vezes mais longo que os demais. Tudo pode ser resumido em duas frases: “As mulheres não tem outra distinção que aquela que seu esposo faz respingar nelas: todas submissas aos seus deveres que seu sexo lhes impõe, sua honra é de seguir as leis austeras, as únicas que asseguram a felicidade”. E “a natureza semeou menos variedades no caráter delas do que nos homens. Quase todas as mulheres se parecem: elas só têm uma meta, e isso se manifesta em todos os países através de efeitos parecidos”. Só que o século de Mercier é caracterizado por muitos historiadores como “o século da mulher”, onde ela está presente em todos os aspectos da vida social, nos debates teóricos e nos movimentos coletivos. Acredito que tenha ficado explícita sua opinião sobre o tema.

Pelo que pude verificar, as principais influências de Mercier foram as sucessivas publicações utópicas na Europa do seu tempo, de Bossuet (1627-1704), Fénelon (1651-1715), e Henrique IV (1553-1610) e as distópicas, por Savinien Cyrano de Bergerac (1619-1655) e Jonathan Swift (1667-1745).

Esta é uma perspectiva totalmente nova para aquela sociedade: um futuro que exibe o presente como passado distante. Certamente um importante passo do passado que muito influenciou o futuro, este no qual estamos presentes.

Mas vou encerrar com a própria epígrafe desta obra, onde Mercier utiliza-se de uma frase de Leibniz: “O tempo presente está prenhe do futuro”.

* A imprensa em caracteres móveis e a tinta foram descobertos quase simultaneamente pelos chineses da idade média.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Não é tão ruim quanto fazem parecer

Peço-lhes licença ao nosso seguimento normal para um pequeno editorial crítico.

Sabemos que a Rede Globo possui uma grande força na formação da opinião pública média. Atualmente, seus veículos têm, repetidamente, versado sobre o tema do aquecimento global, muitas vezes de forma sensacionalista.

A exemplo do personagem Ozimandias (Ramsés III) da novela gráfica Watchmen, de Alan Moore e David Gibbons, verifiquei os veículos mundiais de maior circulação em busca do mesmo tema a fim de verificar se a emissora de Roberto Marinho reflete uma preocupação mundial. Qual foi a minha surpresa ao descobrir que este tema não é citado nas edições atuais da Newsweek, Time Magazine EUA, Europa, Ásia e Oceania e os periódicos científicos mais conceituados, Science e Scientific American.

Por quê?

Talvez porque além-mar já devam ter instruído as pessoas de que, apesar da situação realmente ser crítica, mudanças no clima são historicamente recorrentes: nos últimos milhões de anos, a Terra oscila repetidamente entre eras glaciais e períodos interglaciais quentes. Estas oscilações estão relacionadas com as variações da órbita terrestre induzidas pela gravidade dos planetas mais próximos, os gigantes Jovianos e Vênus. Essas perturbações pouco afetam a distribuição da energia solar média que o planeta recebe, mas alteram a distribuição geográfica e sazonal em até 20%, afetando a camada de ozônio e o derretimento dos pólos, a absorção e liberação de dióxido de carbono e metano pelas plantas, solo e oceano. Evidente que causamos danos à camada de ozônio, mas falta a divulgação para este sofrido povo brasileiro que ela já está se regenerando e que as nossas próximas gerações poderão viver num mundo seguro. Aos que ainda permanecem no ceticismo, recomendo fortemente a leitura do site organizado pela ONU Climate change: the scientific basis. Certamente o quadro é perturbador, ainda mais quando se carece de informações fidedignas.
A opinião do autor neste post foi alterada. Veja o post de 26/02/07, "É tão ruim sim", para mais detalhes