segunda-feira, março 05, 2007

Prostaglandinas para leigos, como nós.

Regojizo-me com a capacidade essencialmente humana em maravilhar-se. Aos que direcionam esta disposição para o conhecimento, o abasbacar-se com as descobertas da ciência deve ser impulsionado ao vislumbrar um ramo do qual não faz parte das nossas especializações.
Eis que, sorvendo meu chimarrão matutino enquanto folheava minha revista preferida, comecei a ler uma reportagem sobre os efeitos colaterais dos analgésicos. Certamente estes são os fármacos mais utilizados pela população. No entanto, como característica dos remédios, todo benefício acompanha um malefício.
Quando estamos com dor, inflamação e febre, nossas células produzem grande quantidade da molécula prostaglandina. Sua formação no organismo foi decifrada por Bengt Samuelsson, o qual foi agraciado com o Prêmio Nobel de Medicina em 1982 por esta contribuição. Estas moléculas são responsáveis pelo desconforto e mal estar que sentimos ao estarmos acometidos por alguma moléstia. No entanto, ela se mescla a enzimas para se mutar em variados benefícios à nossa constituição: regulação do sono, inibição de reações alérgicas, coagulação e danos ao revestimento do estômago. O problema é que analgésicos como a aspirina, com o objetivo de aliviar a dor, inibem a produção de todas prostaglandinas.
Atualmente, laboratórios como Biolipox, Merck e Pfizer já possuem patentes recém-registradas de analgésicos que bloqueiam a produção da prostaglandina E², justamente a única envolvida no processo da dor, imunizando as benéficas em executarem os seus trabalhos sem perturbações.

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